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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Hospital Eduardo Menezes, em Minas, faz balanço do uso de práticas integrativas na rotina assistencial

Hospital é o primeiro de Minas a adotar o modelo Pics e já alcança resultados significativos


Agência Minas

Um novo modelo de atendimento, que alia medicina tradicional e complementar, acompanha o passo a passo do histórico e a evolução dos pacientes, é o objetivo do protocolo de assistência médica Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics). Primeiro a adotar a medida no estado, o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Rede Fhemig, já colhe resultados da atenção integral ao paciente. 

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Aldo Barcelos apresentava uma ferida que não cicatrizava há mais de três décadas; machucado desapareceu quase por completo com reiki | Alexandra Marques / Divulgação / SES-MG

O Serviço de Práticas Integrativas e Complementares do HEM, denominado Grupo Ânimus, teve início em junho deste ano e conta com 16 terapeutas que trabalham com aromaterapia, auricoterapia, barra de acess, constelação familiar, massoterapia, reiki, thetahealing, musicoterapia e acupuntura.

Mais de 500 pessoas foram atendidas, entre pacientes e profissionais de Saúde, e o hospital colhe resultados da evolução positiva dos quadros de saúde. “Há evidências de evolução do quadro clínico dos pacientes, principalmente em relação à ansiedade, dores crônicas e insônia. Embora seis meses seja pouco tempo de tratamento, percebemos uma redução no uso de medicamentos e a melhora do bem-estar geral dos pacientes”, salienta a coordenadora do serviço, a farmacêutica e aromaterapeuta, Jesiane Lucas.

Nesse primeiro momento, os servidores do hospital representam 70% dos atendimentos em Pics. Eles integram as ações que envolvem práticas para ampliar a qualidade de vida no trabalho. A proposta é cuidar dos profissionais que cuidam dos pacientes (Cuidar de quem Cuida), de modo a potencializar a atuação desses indivíduos e contribuir para a melhoria das relações interpessoais envolvendo servidores e pacientes.

Mudança de vida

O aposentado Aldo Barcelos, de 70 anos, é um bom exemplo da efetividade das Pics. Paciente do ambulatório de dermatologia do HEM há aproximadamente dez anos, ele apresentava uma ferida que não cicatrizava há mais de três décadas. Encaminhado ao reiki, a ferida cicatrizou quase por completo. Além disso, afirmou melhora em relação à dificuldade para dormir e à ansiedade. Tanto que deixou de usar remédio ansiolítico.

“Eu falo sobre o reiki no posto de saúde, e todo mundo quer vir para cá. Estou amando, a gente melhora para tudo. Agora falta só um pouquinho para a ferida fechar completamente”, revela Aldo. “A gente pode chegar triste que sai daqui contente”, afirma o aposentado.

A diarista Ana, de 56 anos, também foi beneficiada pelo reiki. Portadora do retrovírus causador de infecções e câncer (de HTLV), sofria de dores fortes em todo o corpo, com dificuldade de locomoção e depressão. “Cheguei aqui chorando e agora estou sorrindo. Com o reiki, eu aprendi a me amar e a me respeitar. As pessoas daqui estão me fazendo muito bem, eles me recebem com um sorriso maravilhoso. Eu acordo mais disposta, me sinto bem. O reiki está mudando a minha vida”, revela.

Política de saúde

Segundo a coordenadora da Política de Práticas Integrativas e Complementares da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a enfermeira e mestre em Enfermagem Gelza Matos, o Brasil é o único país onde as práticas integrativas e complementares são institucionalizadas como política de Saúde. “Por isso, o Brasil é a menina dos olhos da OMS”, assegura a coordenadora. Ainda segundo Gelza, desde 2009, Minas Gerais é o único estado do país que tem uma coordenação estadual e uma política específica para as Pics.

Nesse contexto, o Hospital Eduardo de Menezes se destaca. “Ao registrar as práticas integrativas no prontuário, o HEM assume papel pioneiro no estado”, ressalta Gelza.

Atualmente, há 29 Pics no rol de práticas do Ministério da Saúde. As Pics permitem o descalonamento dos medicamentos alopáticos, o que tem impacto imediato na saúde e na qualidade de vida do paciente. “As Pics são um modelo de saúde, não um modelo de cura. É o indivíduo que é tratado, sua saúde é o foco. A partir daí, ele experimenta um processo de cura”, esclarece Gelza.

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