Quase todas as semanas encontramos os corredores da Câmara repletos de grupos uniformizados, segurando cartazes ou usando adesivos com frases de ordem.
Tiago Mitraud | Hoje em Dia
É um direito legítimo da sociedade se organizar para defender suas pautas. Mas lamento que as defesas feitas por tais grupos se resumam a um só tema: beneficiar a si próprios em detrimento do restante da população.
Deputado Federal Tiago Mitraud (NOVO-MG) |
A história do Legislativo brasileiro é permeada pela atuação destas corporações. Quanto mais próximas do poder se encontram, mais são beneficiadas. Já vimos isso acontecer tanto com inúmeras categorias de servidores, sempre demandando - e conseguindo - melhores salários e benefícios para si, quanto com determinados setores empresariais, que conseguem regalias como generosos subsídios, programas de refinanciamento de dívidas e empréstimos camaradas.
Todas as “grandes conquistas” destes grupos são financiadas com o dinheiro do brasileiro pagador de impostos. Este faz parte da chamada maioria difusa que, por definição, não é organizada para defender que os recursos públicos, frutos do suor do seu trabalho, não sejam utilizados só para beneficiar quem exerce pressão no Congresso.
Desde o início do ano, tenho deixado claro o meu papel de defender essa maioria silenciosa, não cedendo a nenhuma das corporações. Não é um papel simples, já que as pressões são inúmeras e, como grupos organizados, elas se articulam para atacar quem vota contra estes pedidos especiais.
Em apenas 9 meses de mandato, já fui alvo da atuação de sindicatos, conselhos profissionais e grupos que dizem representar diversas categorias, mas que sabemos que na maior parte das vezes só representam uma pequena parcela dos profissionais em questão.
Valorizo muito o trabalho de cada indivíduo que exerce as profissões que demandam benefícios junto ao Congresso. Sei das dificuldades que enfrentam, mas o meu papel como deputado é tomar decisões que irão melhorar a qualidade de vida não apenas de determinadas categorias, mas de toda a população brasileira.
Politicamente, está longe de ser uma postura vantajosa, pois estou sempre desagradando alguém que tem bala na agulha. A cada duas ou três semanas, minhas redes sociais são invadidas por algum destes grupos.
Mas não fui eleito para ceder a pressões e não me importo com o custo político. Estou na Câmara para defender que os recursos públicos sirvam a quem mais precisa, e não a quem tenta colocar deputados contra a parede. Podem continuar me pressionando. Continuarei votando de acordo com os princípios em que acredito e fui eleito para representar.
Polo Branca (Masculina) |
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