A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou nesta quarta-feira (14) projeto (PL 4/2019) que determina que os ocupantes de cargos públicos não devem exigir dos cidadãos, nas comunicações escritas ou orais, o uso de pronomes de tratamento excessivamente formais, que exprimam hierarquia, privilégio, distinção ou grau de formação, como vossa excelência.
Janary Júnior | Câmara dos Deputados
A proposta alcança todos os ocupantes de cargos públicos relevantes, como presidente da República, ministros, juízes, parlamentares, governadores e militares de alta patente.
A proposta alcança todos os ocupantes de cargos públicos relevantes, como presidente da República, ministros, juízes, parlamentares, governadores e militares de alta patente.
Tiago Mitraud: "o que se deve exigir são simplesmente o respeito e a urbanidade necessários ao convívio social" | Vinicius Loures/Câmara dos Deputados |
O texto torna ainda oficial o uso da forma de tratamento “senhor” ou “senhora” nas comunicações com agentes públicos. “Você” e “tu” também serão admitidos nas comunicações oficiais.
Excesso de formalidade
A proposta foi apresentada pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e recebeu um substitutivo do relator, deputado Tiago Mitraud (NOVO-MG). O texto original apenas dispensa uso de “vossa excelência” para detentores de cargos públicos.
O objetivo do projeto é acabar com o excesso de formalidade nas comunicações oficiais e simplificar o tratamento protocolar. “Quem ocupa cargo público está a serviço da população e o tratamento protocolar exagerado usado atualmente coloca os servidores do Estado em nível de superioridade em relação ao cidadão comum”, disse Mitraud. “O que se deve exigir são simplesmente o respeito e a urbanidade necessários ao convívio social.”
De acordo com o texto aprovado, as novas regras de tratamento não serão exigidas apenas das comunicações realizadas entre os agentes públicos e as autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais, para evitar eventuais problemas diplomáticos.
Manuais
O relator disse que as formas atuais de tratamento protocolar estão previstas apenas em manuais de redação dos órgãos públicos. A Câmara dos Deputados, por exemplo, possui uma versão própria, assim como a presidência da República.
Tramitação
O projeto será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário da Câmara.
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