Em entrevista exclusiva, fundador do NOVO analisa o desenvolvimento das ideias pró-liberdade no Brasil
João Amoêdo é um dos principais nomes da nova onda liberal no cenário político-econômico brasileiro. Com uma carreira consolidada no setor setor privado, o administrador de empresas juntou-se a outros cidadãos para formar o partido NOVO e, em 2018, lançou candidatura à Presidência da República. Praticamente desconhecido pelo público no início da corrida eleitoral, terminou a disputa em quinto lugar, na frente de grandes figurões da política tradicional.
Em entrevista exclusiva ao Instituto Millenium, Amoêdo fala sobre o pensamento liberal, as mudanças necessárias para o crescimento econômico e a importância da responsabilidade individual na construção de um país mais livre, justo e eficiente.
A percepção de que o liberalismo poderia ser o melhor caminho para o Brasil não foi imediata. De início, o principal desconforto era a constatação de que pagávamos altos impostos e, em contrapartida, a população contava com serviços públicos de péssima qualidade, quando existiam.
“Nos aprofundando e vendo as nações que vão bem, começamos a entender que aquelas com mais liberdade econômica, onde o direito do cidadão é protegido e o império da lei funciona, possuem mais qualidade de vida. A partir desse momento, adotamos a linha liberal. No Brasil, nós fomos aprendendo com a realidade. Depois de tanta intervenção estatal e promessa de que o governo iria fazer por nós, com resultados tão pífios, o cidadão começou a entender que na medida em que ele tem mais liberdade, autonomia e menos intervenção estatal, a capacidade de empreender, de se desenvolver e, consequentemente, ter uma vida melhor é muito maior”, relembra Amoêdo.
Para ele, a guinada no pensamento liberal no Brasil veio acompanhada de um sentimento de responsabilidade dos cidadãos em relação ao próprio país.
“O brasileiro teve a conjugação de dois fatos positivos: primeiro, o entendimento de que a participação política é sim determinante e que nós podemos fazer a diferença. O segundo veio da prática: por que outros países estão avançando e aqui as coisas não funcionam? Basicamente começamos a entender que essa dinâmica de uma nação mais liberal, onde o cidadão tem mais autonomia, é o que funciona melhor no mundo. É óbvio que foram muitos anos de doutrinação na linha contrária, até porque isso interessa a uma classe política que detém o poder e o usa para se perpetuar, mas isso é um processo em andamento”.
As mudanças para o Brasil
As mudanças para o Brasil
Defensor de quebras de paradigma no cenário partidário, como não usar dinheiro público e promover processos seletivos para a ocupação de cargos nas siglas, Amoêdo acredita na necessidade de transformar questões culturais fortemente estabelecidas. Isso passa por uma nova postura dos políticos, devolvendo o poder para a população.
“Temos uma política de muitos privilégios para determinadas categorias, e a grande maioria paga a conta. Precisamos mudar a forma como são feitas as coisas, eliminando de imediato os privilégios. A classe política deve dar o exemplo”.
A lista de desejos para a economia brasileira é extensa. Entre eles, as privatizações; a abertura econômica, trazendo mais eficiência, produtividade, tecnologia e benefícios aos consumidores; a necessidade de reformar nosso sistema tributário — extremamente complexo e elevado; além de combater a insegurança jurídica no país.
A lista de desejos para a economia brasileira é extensa. Entre eles, as privatizações; a abertura econômica, trazendo mais eficiência, produtividade, tecnologia e benefícios aos consumidores; a necessidade de reformar nosso sistema tributário — extremamente complexo e elevado; além de combater a insegurança jurídica no país.
“Muitas vezes, no Brasil, as leis são mudadas com efeito retroativo. Tivemos um exemplo com a ideia de se acabar com a taxa de conveniência no ingresso, e fazer com que as empresas que a cobraram devolvam os valores dos últimos cinco anos. Alguém que está pensando em abrir um negócio, ao olhar esse tipo de medida, vai pensar duas vezes, ou colocará uma margem muito elevada para se proteger de absurdos como esse”, acredita Amoêdo.
Se é justamente o empreendedorismo que cria empregos e gera riqueza, por que ele é tão mal visto no país? Para o fundador do NOVO, essa percepção cultural também está mudando, no entanto, o ambiente para as empresas precisa acompanhar esta evolução.
Se é justamente o empreendedorismo que cria empregos e gera riqueza, por que ele é tão mal visto no país? Para o fundador do NOVO, essa percepção cultural também está mudando, no entanto, o ambiente para as empresas precisa acompanhar esta evolução.
“Fazer negócio no Brasil é muito difícil, então tudo isso cria um ambiente ruim, que acaba jogando a grande massa de pessoas que estão tentando empreender para a informalidade, deixando numa situação de risco fiscal e trabalhista muito elevada. Tudo isso é um processo de simplificação da legislação trabalhista e tributária, das burocracias que o Estado impõe, da quantidade de licenças etc”.
“As Seis Lições” reúne as palestras ministradas, em 1959, por Ludwig von Mises na Universidade de Buenos Aires (UBA). O autor discute com clareza o capitalismo, o socialismo, o intervencionismo, a inflação, o investimento estrangeiro e as relações entre política e ideias. Em linguagem agradável, a obra apresenta as linhas gerais do pensamento misesiano sendo, ao mesmo tempo, uma das melhores introduções à Política e à Economia. Além do prefácio original de Margit von Mises, viúva do autor, a presente edição conta com uma apresentação bibliográfica do economista austríaco escrita por Helio Beltão e Alex Catharino.
“As Seis Lições” reúne as palestras ministradas, em 1959, por Ludwig von Mises na Universidade de Buenos Aires (UBA). O autor discute com clareza o capitalismo, o socialismo, o intervencionismo, a inflação, o investimento estrangeiro e as relações entre política e ideias. Em linguagem agradável, a obra apresenta as linhas gerais do pensamento misesiano sendo, ao mesmo tempo, uma das melhores introduções à Política e à Economia. Além do prefácio original de Margit von Mises, viúva do autor, a presente edição conta com uma apresentação bibliográfica do economista austríaco escrita por Helio Beltão e Alex Catharino.
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