Por Magali Simone | Diário do Comércio
A boa notícia foi constatada por pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que mediu 62,4 pontos no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), em julho.
Os empresários estão otimistas quanto à retomada do crescimento econômico do Brasil | Crédito: Miguel Angelo |
“Este índice foi o mais alto no mês de julho nos últimos 11 anos e ficou bem acima da média histórica que é de 52,3 pontos”, afirmou a economista da Fiemg, Daniela Muniz.
Divulgado ontem, o estudo foi realizado entre os dias 1 e 13 de julho deste ano e mediu dois fatores distintos: a avaliação que lideranças do setor industrial mineiro fazem de seus negócios hoje e as expectativas de crescimento relativas ao próximo semestre.
A pesquisa registrou estabilidade deste indicador em julho, em relação ao mês anterior, alcançando 2,4 pontos, um dos maiores índices contabilizados desde o início do estudo. “ Foi o segundo maior índice já registrado no mês de julho. Apenas um foi maior que este: o contabilizado em julho de 2010, que atingiu 63,1 pontos”, explicou Daniela.
Consolidação
De acordo com a economista, o resultado positivo do indicador pelo 12º mês consecutivo evidencia a tendência da consolidação da confiança dos empresários em seus negócios e na retomada da atividade industrial.
Ela explicou que foram entrevistados lideranças de 71 grandes empresas, 61 de médias empresas e 58 pequenas empresas das indústrias extrativas, de transformação e da construção de Minas Gerais.
A pesquisa qualitativa realizada pela Fiemg também apontou uma tendência à solidificação da confiança desses setores industriais em relação ao crescimento de seus negócios. Em junho deste ano, foram contabilizados índices de confiança da ordem de 56,5 pontos. E, em julho, 57,1 pontos.
“Se levarmos em conta o crescimento desse indicador, incluindo maio, ou seja, levando em conta os últimos três meses de 2021, chegaremos a um acumulado de alta de 11, 3 pontos”, afirmou.
Retomada da economia
Fatores como a alta do valor da energia elétrica, do combustível e da inflação justificam uma percepção maior de risco em relação à retomada da economia. Mas nem mesmo todos estes motivos foram suficientes para abalar o otimismo do empresariado mineiro
Segundo Daniela Muniz, em relação à confiança no crescimento da economia nos próximos seis meses constatou-se apenas um recuo de 0,3 ponto neste mês de julho, quando este indicador atingiu 65,1 pontos, ficando um pouco atrás dos 65,4 pontos contabilizados no último mês de junho.
“Mas este recuo é muito pequeno e indica tendência de o empresariado manter-se confiante”, observou.
Tendência é de aumento nos investimentos
A realização da mensuração mensal do Icei é muito importante para o planejamento da economia. Segundo a economista Daniela Muniz, ele varia entre 0 e 100 pontos e pode indicar tendência ao crescimento ou ao recuo da economia.
“Quando está abaixo de 50, demonstra falta de confiança do setor, indicando tendência à retração do segmento industrial. Mas no nível atual, mostra que o empresariado está confiante. Consequentemente, tendem a estar mais dispostos a investir e a contratar mão de obra”, esclareceu.
Crescimento
Quando o Icei de julho de 2021 mineiro foi comparado à percepção que os empresários mineiros tinham de seus negócios no mesmo período de 2020, identificou-se que a confiança de lideranças do segmento industrial aumentou 9,8 pontos. Em julho de 2020 o índice atingiu apenas 55,3 pontos.
“Já em relação à confiança na economia, no ano passado, em julho, por causa da insegurança causada pela pandemia, o indicador ficou negativo, registrando 48,8 pontos.
Tendência nacional
A tendência de crescimento também foi observada nacionalmente pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) que registrou índice de 62 pontos em julho, 0,3 ponto a mais que o Icei registrado em junho.
Variante Delta
O surgimento da variante Delta do coronavírus, considerado cerca de 97% mais contagioso que a cepa do vírus originada na China em 2020, por enquanto não está preocupando os empresários.
Conforme Daniela Muniz, embora o setor esteja atento ao surgimento dessa nova variante, a confiança na eficácia da vacina está bem consolidada.
“Além disso, a maioria dos empresários continua adotando os protocolos sanitários para garantir a segurança de seus funcionários. Mas o setor está atento”, ressaltou.
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