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Minas conta com projetos de investimentos de empresas em 40 setores

Médias e grandes companhias que estão driblando a crise anunciam intenção de investir nos próximos anos em quase todo o estado.

Luiz Ribeiro | Estado de Minas

Na literatura das ciências econômicas as crises são também sinônimo de oportunidades e podem até dificultar, mas não barrar investimentos incluídos em programas bem-estruturados de crescimento das empresas.


Exemplo dessa política, Minas Gerais se manteve na rota de planos de instalação ou ampliação de médias e grandes indústrias, além de gigantes do comércio eletrônico, a despeito do impacto da pandemia da COVID-19.

O estado formalizou, em 2020, acordos de intenção de investimentos com previsão de desembolso de R$ 32,7 bilhões nos próximos anos, segundo relatório da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi).

Os projetos abrangem novos empreendimentos e a geração de empregos em 40 setores, entre os quais usinas de energia solar fotovoltaica, bebidas , alimentos, biotecnologia, mineração, medicamentos e o comércio. Estão, também, previstos centros de distribuição da Amazon e do Mercado Livre, empresas gigantescas do e-commerce.

As redes de supermercados, da mesma forma, têm se expandido no território mineiro, que atraiu, ainda, capital de grandes cervejarias, a Heineken e o Grupo Petrópolis. A empresa, fundada no município da região serrana do Rio de Janeiro, tem investimentos previstos de R$ 890 milhões em sua fábrica de Uberaba.

Os investimentos contemplam praticamente todas as regiões do estado, com a boa notícia de recursos que serão aplicados em áreas de menor dinamismo do Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, um dos locais mais pobres de Minas.

Atrair inversões da iniciativa privada é essencial, sobretudo num período de dificuldades impostas à recuperação da economia e que foram agravadas no Brasil desde o ano passado.

O Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços) de Minas encolheu 3,99% em 2020 e voltou a apresentar queda de 0,2% de janeiro a março deste ano. Assim como o país, o estado convive com alta taxa de desemprego, de 13,8%, representando quase 1,5 milhão de pessoas sem atividade.

O governo estadual tem como meta encerrar este ano com protocolos de intenção de investimentos no valor total de R$ 60 bilhões. O balanço dos números no ano passado, como tem dito o governador Romeu Zema (Novo), resulta do esforço de desburocratizar as condições de atração dos recursos da iniciativa privada.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, afirma que foram dadas prioridade e dinamicidade às empresas que querem empreender em Minas Gerais. “Somos um governo que preza pela liberdade econômica, simplificação e valorização do trabalho e geração de produtos, riquezas e resultados.”

No último dia 10, na solenidade de anúncio do investimento da multinacional de mineração Sigma Lithium, em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, o governador destacou resultados da política de desburocratização do governo. “Eliminamos mais de 350 decretos e portarias para destravar o desenvolvimento de Minas Gerais”, afirmou.

O megaempreendimento da Sigma vai colocar o estado na vanguarda do fornecimento de matéria-prima para um bem durável que desponta na economia mundial: o carro elétrico.

A companhia iniciou a implantação de seu projeto de produção de lítio, orçado em R$ 1,2 bilhão, que visa à produção de lítio green tech,insumo de alta pureza usado nas baterias desses veículos. De acordo com a empresa, deverão ser gerados 400 empregos diretos e 6.500 indiretos.

Recuperação

Entre abril do ano passado e o mesmo mês deste ano, portanto, durante 12 meses afetados pelos efeitos da pandemia sobre as atividades econômicas, Minas Gerais alcançou saldo positivo na geração de empregos, descontadas as demissões. Foram abertas 232.218 vagas com registro, de acordo com dados do Ministério da Economia.

Análise da estatística feita pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) mostra que o setor foi o que mais gerou empregos no período (65.543 oportunidades), seguido da área de serviços (56.209), comércio (52.063) e da construção civil (48.932). As fábricas de alimentos responderam pelo maior volume de contratações, que somaram 6.878, seguidas do segmento automotivo (6.781), mineração de não metálicos (5.009) e produtos de metal (4.963).

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe Nogueira, afirma que o estado vive um período de melhoria do ambiente de negócios que favorece a atração de investimentos, feitos, em sua maior parte, pela indústria.

“A sociedade se beneficia dos novos investimentos, seja na criação de novos empregos ou na geração de riqueza que aquece a economia como um todo. Além disso, as cadeias produtivas ficam fortalecidas. A maior parte dos investimentos em Minas Gerais foi feita no setor industrial”, diz.

Indicadores com os quais a Fiemg trabalha apontam que o nível da produção em Minas já supera o registrado em fevereiro de 2020, portanto, antes da pandemia e das medidas de distanciamento social. Das 13 atividades industriais acompanhadas pela entidade, 11 estão atuando acima dos níveis pré-pandemia, com destaque para fábricas de máquinas e equipamentos e setor têxtil.

Lítio de Itinga para o mundo

Matéria-prima das sofisticadas e demandadas baterias dos veículos elétricos, o minério de lítio será explorado em larga escala no Vale do Jequitinhonha, com a perspectiva de melhorar as condições da região, historicamente sacrificada pelo baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O empreendimento é da multinacional Sigma Lithium, que vai investir R$ 1,2 bilhão no empreendimento, localizado na chamada Grota do Cirilo, em Itinga.

O investimento foi anunciado no último dia 10, com a presença do governador Romeu Zema. Neste mês, a Sigma Lithium deu início às obras de terraplenagem da planta de produção e beneficiamento de lítio.

A unidade será a primeira de tecnologia verde do setor mineral no mundo e vai produzir 220 mil toneladas de concentrado de lítio green tech (lítio grau bateria de alta pureza) ao ano.

De acordo com a Sigma, a expectativa é de que as obras sejam concluídas em 2022. A operação da nova planta será digitalizada e automatizada eletronicamente, controlada por um algoritmo (programa) customizado para a operação. A copresidente do Conselho da Sigma Lithium, Ana Cabral Gardner, salienta que a companhia já investiu na região cerca de R$ 400 milhões em pesquisa mineral e avaliação de reservas.

Também foram feitos investimentos no desenvolvimento de “rota tecnológica”, que permitirá a produção do lítio grau bateria de alta pureza. Será utilizada tecnologia de última geração, com recirculação de 100% da água usada, sem aplicação de reagentes químicos nocivos no beneficiamento, empilhamento a seco de 100% dos rejeitos da mineração e produção (sem uso de barragens) com 100% de energia renovável, informa a executiva.

“A aceitação comercial no mercado internacional do produto, único no mundo, principalmente por suas características 'verdes e de baixo carbono', contribuiriam para a celebração de contratos de 'pré-reserva' de exportação comercial do produto a partir de 2022”, informa a Sigma.

O lítio será exportado para os principais fabricantes globais de veículos elétricos, tendo como destinos intermediários o Japão, a China e a Coreia do Sul, e como destino final as montadoras de veículos elétricos da Europa e dos Estados Unidos.


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