Gabriel Ronan e Guilherme Peixoto | Estado de Minas
O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que não houve imoralidade e ilegalidade na vacinação de servidores da pasta contra COVID-19.
Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que vacinação de servidores está dentro da lei | Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press |
"Não vejo nenhum ilícito e nenhuma imoralidade na vacinação das secretarias estadual e municipais de saúde", disse Carlos Eduardo Amaral em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (11/3).
No total, segundo dados apresentados pela secretaria, 806 servidores receberam doses da vacina contra a COVID-19.
Fazem parte desse grupo o gabinete do secretário, assessorias da SES, subsecretarias, pessoas responsáveis pelo transporte de suprimentos, trabalhadores da Rede Frio (onde as ampolas são armazenadas), almoxarifado e trabalhadores das unidades da Farmácia de Minas.
Sobre os nomes dos servidores imunizados, um pedido de deputados estaduais, o secretário disse que a informação é protegida pela legislação.
"Os nomes dos servidores só podem ser tratados dentro do poder público estadual e órgãos de controle e fiscalização, uma vez que estão submetidos à Lei Geral de Dados", disse.
Diante de sua própria vacinação, Carlos Eduardo Amaral se justificou.
"Fiz visitas a campo, trabalhei presencialmente toda a epidemia. Além disso, é importante, de uma forma geral, que a gente se vacine. Não me privaria de vacinar para mostrar que não fui vacinado por qualquer motivo", afirmou.
Ao lado do secretário, estava o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Eduardo Luiz da Silva. Ele também afirmou que o estado está dentro da legalidade.
Assembleia aprova CPI
A agenda aconteceu logo após a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na vacinação dos servidores.
O deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Casa, chamou o caso de "trem da alegria" nessa quarta (10/3).
Além da ALMG, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu inquérito civil para investigar a denúncia. A Polícia Federal (PF) também apura a situação.
Sobre a CPI, Carlos Eduardo Amaral disse que o mecanismo é "democrático" e que "não acredita" que a investigação atrapalhe a gestão estadual.
"É um momento delicado. Mas, eu tenho certeza que a minha equipe, como ela é muito qualificada, dará conta disso", disse.
Reunião a portas fechadas
Na manhã desta quinta, Carlos Eduardo Amaral e Zema definiram pela continuidade. A reunião aconteceu a portas fechadas, mas a própria SES confirmou a manutenção do secretário.
"Reafirmei que determinei que os órgãos de controle do Executivo apurem o processo de vacinação de servidores. O secretário prestou esclarecimentos e me garantiu que todas as ações adotadas são técnicas e legais", escreveu Zema no Twitter.
“Para dar exemplo”
O próprio secretário admitiu que se imunizou contra a COVID-19 “para dar exemplo” à população. Oficialmente, a pasta confirma a vacinação, mas nega que haja irregularidade, pois os servidores em questão são trabalhadores da saúde e estão expostos ao novo coronavírus.
Porém, como o EM mostrou nessa segunda (8) com exclusividade, fontes da própria SES afirmam que servidores da assessoria de comunicação do órgão receberam as doses. Eles estão em regime de trabalho misto, revezam entre o presencial e o home office.
As mesmas pessoas afirmam que há pressão dos chefes da secretaria para o retorno das atividades presenciais e que muitos servidores contratados tomaram a vacina por medo de demissão.
O secretário
Carlos Eduardo Amaral substituiu o médico Wagner Eduardo Ferreira no comando da Saúde estadual em fevereiro de 2019. Ele foi candidato a deputado federal pelo Novo em 2018, mas perdeu. A troca ocorreu por questões de saúde do primeiro escolhido para a pasta.
O atual secretário é neurocirurgião de Juiz de Fora, na Zona da Mata, desde 1996. Na mesma cidade, foi professor da universidade federal local.
Médico de carreira da rede Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), tem MBA em Gestão de Negócios e Gestão de Saúde e Segurança do Paciente. Também foi presidente da Sociedade Mineira de Neurocirurgia.
No total, segundo dados apresentados pela secretaria, 806 servidores receberam doses da vacina contra a COVID-19.
Fazem parte desse grupo o gabinete do secretário, assessorias da SES, subsecretarias, pessoas responsáveis pelo transporte de suprimentos, trabalhadores da Rede Frio (onde as ampolas são armazenadas), almoxarifado e trabalhadores das unidades da Farmácia de Minas.
Sobre os nomes dos servidores imunizados, um pedido de deputados estaduais, o secretário disse que a informação é protegida pela legislação.
"Os nomes dos servidores só podem ser tratados dentro do poder público estadual e órgãos de controle e fiscalização, uma vez que estão submetidos à Lei Geral de Dados", disse.
Diante de sua própria vacinação, Carlos Eduardo Amaral se justificou.
"Fiz visitas a campo, trabalhei presencialmente toda a epidemia. Além disso, é importante, de uma forma geral, que a gente se vacine. Não me privaria de vacinar para mostrar que não fui vacinado por qualquer motivo", afirmou.
Ao lado do secretário, estava o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Eduardo Luiz da Silva. Ele também afirmou que o estado está dentro da legalidade.
Assembleia aprova CPI
A agenda aconteceu logo após a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na vacinação dos servidores.
O deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Casa, chamou o caso de "trem da alegria" nessa quarta (10/3).
Além da ALMG, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu inquérito civil para investigar a denúncia. A Polícia Federal (PF) também apura a situação.
Sobre a CPI, Carlos Eduardo Amaral disse que o mecanismo é "democrático" e que "não acredita" que a investigação atrapalhe a gestão estadual.
"É um momento delicado. Mas, eu tenho certeza que a minha equipe, como ela é muito qualificada, dará conta disso", disse.
Reunião a portas fechadas
Na manhã desta quinta, Carlos Eduardo Amaral e Zema definiram pela continuidade. A reunião aconteceu a portas fechadas, mas a própria SES confirmou a manutenção do secretário.
"Reafirmei que determinei que os órgãos de controle do Executivo apurem o processo de vacinação de servidores. O secretário prestou esclarecimentos e me garantiu que todas as ações adotadas são técnicas e legais", escreveu Zema no Twitter.
“Para dar exemplo”
O próprio secretário admitiu que se imunizou contra a COVID-19 “para dar exemplo” à população. Oficialmente, a pasta confirma a vacinação, mas nega que haja irregularidade, pois os servidores em questão são trabalhadores da saúde e estão expostos ao novo coronavírus.
Porém, como o EM mostrou nessa segunda (8) com exclusividade, fontes da própria SES afirmam que servidores da assessoria de comunicação do órgão receberam as doses. Eles estão em regime de trabalho misto, revezam entre o presencial e o home office.
As mesmas pessoas afirmam que há pressão dos chefes da secretaria para o retorno das atividades presenciais e que muitos servidores contratados tomaram a vacina por medo de demissão.
O secretário
Carlos Eduardo Amaral substituiu o médico Wagner Eduardo Ferreira no comando da Saúde estadual em fevereiro de 2019. Ele foi candidato a deputado federal pelo Novo em 2018, mas perdeu. A troca ocorreu por questões de saúde do primeiro escolhido para a pasta.
O atual secretário é neurocirurgião de Juiz de Fora, na Zona da Mata, desde 1996. Na mesma cidade, foi professor da universidade federal local.
Médico de carreira da rede Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), tem MBA em Gestão de Negócios e Gestão de Saúde e Segurança do Paciente. Também foi presidente da Sociedade Mineira de Neurocirurgia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário