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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Setor da construção pesada em Minas Gerais aposta em ampliação de obras neste ano

Marco do saneamento deve contribuir para puxar investimentos

Por Michelle Valverde | Diário do Comércio

O setor da construção pesada de Minas Gerais acredita na retomada do crescimento em 2021. 
Após enfrentar um 2020 desafiador, quando a pandemia de Covid-19 interferiu em toda a economia, a expectativa, com o avanço da vacinação e a retomada econômica, é de que as obras do setor sejam ampliadas. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), 2020 foi marcado pela estabilidade do setor. 

Divulgação

O presidente do Sicepot-MG, Emir Cadar Filho, explica que 2020 foi um ano muito desafiador, mas o setor conseguiu superar os desafios e manter as obras em execução.

“O ano passado foi de muitas incertezas, mas o setor se comportou muito bem. Conseguimos manter as obras, que são totalmente essenciais, já que fazemos a manutenção de vias, rodovias e obras de saneamento básico. O setor não atingiu o desempenho conforme nossa expectativa inicial, mas conseguimos não ter paralisações e manter o abastecimento com serviços básicos. Foi um ano sem grandes percalços e sem aumento de investimentos”.

Ainda segundo Cadar Filho, o setor da construção pesada iniciou o ano passado com grandes expectativas em relação a novas obras privadas, públicas e de aumento dos investimentos, o que não se confirmou ao longo do exercício. Porém, a projeção é de que os projetos públicos e privados sejam retomados em 2021.

“Esperamos que 2021 seja um ano bem melhor. O setor já enfrentou uma longa crise, de 2014 a 2019, e estava com grandes expectativas para 2020, o que não se concretizou. Agora, transferimos nossas expectativas positivas para 2021. Já estamos sabendo conviver com o vírus e o início da vacinação pode contribuir para a retomada das atividades, da economia e dos projetos para a construção pesada”, disse Cadar Filho.

Um dos pontos positivos que deve estimular a retomada das obras em 2021 será o acordo a ser fechado entre a Vale S.A e o governo de Minas Gerais para a reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem da Vale, na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019.

“O acordo do Estado com a Vale prevê bastante investimento na área de infraestrutura de Minas Gerais, o que deve movimentar o nosso setor”.

Também deve contribuir para um quadro mais promissor o novo marco do saneamento, que prevê, entre as principais mudanças, a injeção de mais investimentos privados nos serviços de saneamento.

“O marco do saneamento é uma mudança muito importante para o setor e vai alavancar muitos investimentos. Esperamos ter muitos investimentos públicos e privados também. Sabemos das dificuldades dos governos em todas as esferas, mas a parte de concessão deverá crescer muito”.

Desafios 

Assim como visto em 2020, um dos desafios a ser superado pelo setor da construção pesada em Minas Gerais será o aumento dos custos dos principais insumos, como aço, cimento, tubos de concreto, tubos de PVC, entre outros. Segundo o presidente do Sicepot-MG, Emir Cadar Filho, vários produtos tiveram reajustes acima de 30% em 2020 e são de grande peso dentro dos contratos. Com isso, os contratos precisarão ser revisados.

“Desde setembro de 2020, enfrentamos a falta de insumos, porque muitas empresas paralisaram as atividades, e, com isso, nós tivemos um aumento exorbitante dos valores, o que impacta nos contratos em andamento. Os contratos terão que ser reajustados porque não conseguimos absorver os aumentos. Já estamos com centenas de contratos com pedido de reequilíbrio e sendo analisados e tenho certeza que serão realinhados”.

Ainda segundo Cadar, é importante que os custos se estabilizem. “Este ano, a Petrobras já reajustou o preço do asfalto. É preciso que os custos se estabilizem porque é impossível a economia absorver o tamanho dos aumentos que vieram. Devido à pandemia, muitas indústrias paralisaram as atividades, mas a construção civil não parou. Com isso, houve uma quebra na cadeia produtiva de entrega de material. A demanda elevada alavancou os preços”.

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