Por Juliana Siqueira | Diário do Comércio
Em seu fato relevante, a empresa destacou que “a presente transação se insere no contexto de execução do Programa de Desinvestimento da Cemig, conforme amplamente divulgado”. Mas, afinal, o que esse movimento representa para a companhia? Trata-se de algo positivo? Por qual razão?
CRÉDITO: Guilherme Dardanhan |
Sócio da consultoria Performa Partners, André Pimentel ressalta que a Cemig é uma companhia muito relevante no setor elétrico.
Entretanto, ele lembra que a empresa tem um nível de endividamento elevado, que pode não ser algo “desesperado” observando os parâmetros de mercado, mas que beira um valor em torno de R$ 16 bilhões.
Segundo o especialista, nesse contexto, a empresa deve ter analisado o que contar com a participação na Light significa versus como a venda da participação pode ser uma saída para reduzir um pouco esse endividamento. “Faz sentido? Faz”, diz ele.
Pimentel ressalta, ainda, que com a comercialização da Light não se estaria abatendo um valor muito relevante, tendo em vista que o retorno giraria em torno de R$ 1,5 bilhão. Porém, já diminuiria a dívida e até mesmo abriria espaço para, em um momento de necessidade, realizar outra captação.
Economista, assessor de investimentos e operador de renda variável na Atrio Investimentos, Gustavo Vaz também concorda que esse movimento de venda de participação na Light pode ser importante para diminuir o grau de endividamento da Cemig e aumentar o caixa.
“O ‘ser positivo’ tem que estar em alinhamento com a estratégia da própria empresa. Se o desinvestimento estiver alinhado com as perspectivas da Cemig, pode ser algo bom, sim”, salienta ele.
Além disso, avalia Vaz, esse desinvestimento da Cemig pode ser também uma opção estratégica para focar mais os negócios da companhia em Minas Gerais e deixar de lado a necessidade de verificar como a Light está sendo gerida em outro estado.
“Podemos comparar com o caso da Petrobras, que fez o desinvestimento de alguns ativos para focar mais no que ela faz de melhor”, diz ele.
Privatização
Além disso, esse movimento poder ser importante para a Cemig, inclusive no que diz respeito ao abatimento de uma parte da dívida, Pimentel chama a atenção para mais um fator: a relevância desse momento para outras ações no mercado.
De acordo com ele, neste momento, a Light acaba se tornando um ativo de referência no mercado. Observar a empresa e a saída da Cemig, avalia, que seria um investidor público, pode ser visto como parâmetro para um futuro de privatizações.
De acordo com ele, neste momento, a Light acaba se tornando um ativo de referência no mercado. Observar a empresa e a saída da Cemig, avalia, que seria um investidor público, pode ser visto como parâmetro para um futuro de privatizações.
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