Por Juliana Siqueira | Diário do Comércio
Dos tradicionais café e queijo, que evoluíram com o tempo, até o uso e fomento de tecnologias importantes, o Estado tem se mostrado um terreno fértil para os mais diferentes segmentos. A diversificação da economia promete frutos ainda mais promissores para os próximos 300 anos.
Esses bons resultados não vêm só de trem, tão conhecido dos moradores da região. Pelo contrário. Presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Thiago Toscano afirma que o planejamento da diversificação da economia do Estado passa pela logística tanto aeroportuária quanto rodoviária, em função do posicionamento estratégico das terras mineiras.
“Quando a gente fala de diversificação, temos o aeroporto como principal instrumento dessa diversificação e os setores que usam da logística aérea para isso. São os setores aeroespacial, de ciência da vida – que envolve fármacos e medicamentos -, de microeletrônica, de tecnologia da informação, de comunicação. São esses os setores que temos trabalhado prioritariamente”, salienta.
Para atrair esses investimentos, afirma Toscano, têm sido realizadas ações que reduzem a burocracia e os obstáculos. “É só tratar bem, descomplicar a vida de quem quer fazer negócio e investir em Minas Gerais”, frisa.
As medidas vêm dando certo, segundo ele. Somente no ano passado, diz, foram atraídos R$ 56 bilhões, o dobro dos quatro anos anteriores. Neste ano, mesmo com a crise, o Estado deve bater a meta de R$ 30 bilhões em investimento, incluindo as gigantes do e-commerce Amazon e Mercado Livre.
Para Toscano, esse cenário de diversificação tem grande importância para o funcionamento do Estado. Ele lembra das tragédias de Mariana e Brumadinho, cidades localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e o rompimento das barragens, que tiveram diversos impactos, tanto sociais e ambientais quanto econômicos.
“Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre do ano passado mostram uma redução da atividade econômica de Minas Gerais na casa de 2% ou 3%. Isso significa que o Estado é muito dependente da mineração e de tudo o que ela agrega”, afirma.
Diversificação
Para atrair esses investimentos, afirma Toscano, têm sido realizadas ações que reduzem a burocracia e os obstáculos. “É só tratar bem, descomplicar a vida de quem quer fazer negócio e investir em Minas Gerais”, frisa.
As medidas vêm dando certo, segundo ele. Somente no ano passado, diz, foram atraídos R$ 56 bilhões, o dobro dos quatro anos anteriores. Neste ano, mesmo com a crise, o Estado deve bater a meta de R$ 30 bilhões em investimento, incluindo as gigantes do e-commerce Amazon e Mercado Livre.
Para Toscano, esse cenário de diversificação tem grande importância para o funcionamento do Estado. Ele lembra das tragédias de Mariana e Brumadinho, cidades localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e o rompimento das barragens, que tiveram diversos impactos, tanto sociais e ambientais quanto econômicos.
“Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre do ano passado mostram uma redução da atividade econômica de Minas Gerais na casa de 2% ou 3%. Isso significa que o Estado é muito dependente da mineração e de tudo o que ela agrega”, afirma.
Diversificação
Por isso, ressalta, é importante que exista uma diversificação, com mais setores, e que esses setores representem um percentual maior na composição da matriz econômica de Minas Gerais. Assim, quando uma área vai mal, explica, o impacto negativo é absorvido por outras atividades que estão indo melhor.
Nesse cenário, o caminho para chegar à tão almejada diversificação econômica passa também pela educação, de acordo com o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição do Sistema Fiemg, Gustavo Macena.
Ele afirma que o Estado já é uma referência nessa área, desde o ensino infantil até às universidades. “A educação já é um polo muito reconhecido e pode ser melhor explorado com uma integração maior com frentes de pesquisa com a indústria, com o comércio”, diz.
Para Macena, existe uma grande oportunidade de favorecer o que se chama de “tríplice hélice”, “que é quando a gente coloca o Estado, a iniciativa privada e a academia em projetos. Está aí uma grande oportunidade para que saiam soluções para que a gente possa ficar menos dependente da mineração”, afirma.
Economia criativa
Nesse cenário, o caminho para chegar à tão almejada diversificação econômica passa também pela educação, de acordo com o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição do Sistema Fiemg, Gustavo Macena.
Ele afirma que o Estado já é uma referência nessa área, desde o ensino infantil até às universidades. “A educação já é um polo muito reconhecido e pode ser melhor explorado com uma integração maior com frentes de pesquisa com a indústria, com o comércio”, diz.
Para Macena, existe uma grande oportunidade de favorecer o que se chama de “tríplice hélice”, “que é quando a gente coloca o Estado, a iniciativa privada e a academia em projetos. Está aí uma grande oportunidade para que saiam soluções para que a gente possa ficar menos dependente da mineração”, afirma.
Economia criativa
Outra oportunidade que existe em Minas Gerais e que inclusive é algo cultural no Estado, diz Macena, são os trabalhos da economia criativa. Algumas das frentes que podem ser trabalhadas nessa perspectiva, diz ele, são a de desenvolvimento de sistemas, a parte de audiovisual e a gastronomia, sempre pensando em transformar o pequeno, que passa para médio, e de médio para grande.
“Na Fiemg, há um dos maiores movimentos da América Latina de economia criativa, por exemplo, que é o Minas Trend. Toda a cadeia da moda, que é outro polo fortíssimo, é desenvolvida, os negócios são desenvolvidos. A cadeia do setor da moda é envolvida. Quando eu falo em cadeia, não estou falando só de quem faz o vestido, o sapato, a bolsa, mas estou falando de quem fornece a matéria-prima. Estamos falando da indústria metalomecânica, de plástico, de couro”, afirma.
Tradição e modernidade de mãos dadas no Estado
Em seu seio, Minas Gerais também tem uma forte inclinação para a agricultura e a pecuária. Ao longo dos anos, inclusive, tem se mostrado inovadora nesse sentido sendo, inclusive, exemplo para outros locais.
Ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli sabe bem o que é inovação. Ele foi o responsável por uma espécie de revolução na produção agrícola do País ao estudar e promover a ocupação do Cerrado. Em entrevista para o DIÁRIO DO COMÉRCIO, ele falou mais sobre esse cenário de diversificação e lembrou que o Estado já teve ações importantes nesse sentido, inclusive ao buscar na região da Índia o gado Boi Indicus da raça Nelore, que se adaptou muito bem por aqui. “O Estado foi o centro original disso”, afirma.
Agora, destaca ele, é importante que Minas Gerais veja seus produtos, como o café, de maneira diferenciada. “Um fato importante para a economia mineira é a evolução na qualidade dos produtos que nós estamos produzindo. Produzir produtos para vender em commodity, como é o caso do café, eu chamo de burrice. Porque vende-se um produto que é bebida como commodity, não tem valor”, diz ele, que afirma que café deve ser considerado um produto excepcional.
Nesse cenário, Minas Gerais, diz, já vem desenvolvendo qualidade em região específicas, como na Zona da Mata e no Sul de Minas. “São cafés que começam a ganhar valores maiores porque são exportados como um produto de qualidade, um produto e uma bebida de valor excepcional”, afirma.
Além disso, o subsecretário de política e economia agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, chama a atenção também para o fato de que Minas Gerais não é só café e leite. Ele lembra que, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 63 culturas pesquisadas, 50 são encontradas no Estado. “Minas é plural e rico nas questões do relevo e do clima”, salienta.
Para se destacar ainda mais, o campo está se tornando cada vez mais moderno, segundo relata Albanez. Nesse cenário, avalia, o acesso à internet no campo vai permitir que os jovens sintam que o meio rural é uma possibilidade incrível de trabalho e geração de riqueza.
“Minas tem a característica de buscar a inovação”, diz. “Hoje, a agricultura 4.0 é uma realidade, o uso da internet das coisas, o uso de ferramental que permite com que técnicas sejam adotadas, isso tem sido muito importante para a inserção de jovens no meio rural”, ressalta.
“Na Fiemg, há um dos maiores movimentos da América Latina de economia criativa, por exemplo, que é o Minas Trend. Toda a cadeia da moda, que é outro polo fortíssimo, é desenvolvida, os negócios são desenvolvidos. A cadeia do setor da moda é envolvida. Quando eu falo em cadeia, não estou falando só de quem faz o vestido, o sapato, a bolsa, mas estou falando de quem fornece a matéria-prima. Estamos falando da indústria metalomecânica, de plástico, de couro”, afirma.
Tradição e modernidade de mãos dadas no Estado
Em seu seio, Minas Gerais também tem uma forte inclinação para a agricultura e a pecuária. Ao longo dos anos, inclusive, tem se mostrado inovadora nesse sentido sendo, inclusive, exemplo para outros locais.
Ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli sabe bem o que é inovação. Ele foi o responsável por uma espécie de revolução na produção agrícola do País ao estudar e promover a ocupação do Cerrado. Em entrevista para o DIÁRIO DO COMÉRCIO, ele falou mais sobre esse cenário de diversificação e lembrou que o Estado já teve ações importantes nesse sentido, inclusive ao buscar na região da Índia o gado Boi Indicus da raça Nelore, que se adaptou muito bem por aqui. “O Estado foi o centro original disso”, afirma.
Agora, destaca ele, é importante que Minas Gerais veja seus produtos, como o café, de maneira diferenciada. “Um fato importante para a economia mineira é a evolução na qualidade dos produtos que nós estamos produzindo. Produzir produtos para vender em commodity, como é o caso do café, eu chamo de burrice. Porque vende-se um produto que é bebida como commodity, não tem valor”, diz ele, que afirma que café deve ser considerado um produto excepcional.
Nesse cenário, Minas Gerais, diz, já vem desenvolvendo qualidade em região específicas, como na Zona da Mata e no Sul de Minas. “São cafés que começam a ganhar valores maiores porque são exportados como um produto de qualidade, um produto e uma bebida de valor excepcional”, afirma.
Além disso, o subsecretário de política e economia agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, chama a atenção também para o fato de que Minas Gerais não é só café e leite. Ele lembra que, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 63 culturas pesquisadas, 50 são encontradas no Estado. “Minas é plural e rico nas questões do relevo e do clima”, salienta.
Para se destacar ainda mais, o campo está se tornando cada vez mais moderno, segundo relata Albanez. Nesse cenário, avalia, o acesso à internet no campo vai permitir que os jovens sintam que o meio rural é uma possibilidade incrível de trabalho e geração de riqueza.
“Minas tem a característica de buscar a inovação”, diz. “Hoje, a agricultura 4.0 é uma realidade, o uso da internet das coisas, o uso de ferramental que permite com que técnicas sejam adotadas, isso tem sido muito importante para a inserção de jovens no meio rural”, ressalta.
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