Diário do Comércio
No surgimento desse “novo normal”, que certamente mudou de vez o comportamento das pessoas e das empresas, a tecnologia tornou-se protagonista, como uma das principais intermediadoras – e porque não dizer viabilizadoras – de novos modelos de negócios, novas experiências de clientes e das relações de consumo e serviços de modo geral.
No surgimento desse “novo normal”, que certamente mudou de vez o comportamento das pessoas e das empresas, a tecnologia tornou-se protagonista, como uma das principais intermediadoras – e porque não dizer viabilizadoras – de novos modelos de negócios, novas experiências de clientes e das relações de consumo e serviços de modo geral.
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Forma como as pessoas e organizações viam a tecnologia mudou, afirma Fábio Veras | Crédito: Divulgação/Sindinfor |
Toda essa situação jogou luz para os setores de tecnologia da informação (TI), software e inovação, que estão animados com esse novo cenário. “A crise de saúde que ainda estamos enfrentando mudou tudo na vida das pessoas, sobretudo, a forma como as pessoas e organizações viam a tecnologia”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Software e de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Sindinfor), principal entidade representativa do setor no Estado, Fábio Veras.
As atividades digitais estão cada vez mais comuns no nosso dia a dia. Com apenas um clique ou um toque no celular é possível resolver muitas tarefas. O que antes era feito a partir de uma “base fixa”, como um escritório, hoje é feito A distância pelo home office tranquilamente – e há quem diga até mesmo que com mais produtividade. “O que vinha caminhando há alguns anos, com a pandemia ocorreu de forma abrupta: a migração do físico para o digital se tornou essencial e urgente para a sociedade e para que isso ocorra da melhor forma, é preciso investir em tecnologia”, destaca Veras.
Transformação digital é realidade
A 31ª Pesquisa Anual do Uso de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil, lançada recentemente pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia), da Fundação Getulio Vargas (FGV), corrobora esse cenário.
Segundo a pesquisa, o Brasil registra 424 milhões de dispositivos digitais – smartphones, tablets, notebooks e computadores – em uso atualmente, o que dá uma média de dois dispositivos por habitante. Mais da metade deles são celulares inteligentes, sendo 1,12 smartphone por pessoa. Nas empresas, o investimento em TI já atinge 8% das suas receitas.
Em relação ao uso de computadores, a pesquisa aponta que o número de unidades em utilização no País passou de 1 milhão para 190 milhões nos últimos 31 anos – apenas de 2000 a 2014, o número dobrou a cada quatro anos. Na relação computador por habitante, já são 9 equipamentos para cada 10 habitantes em 2020. Entre 2023 e 2024, essa proporção deve chegar a um aparelho por habitante.
“Esses dados demonstram que, mesmo com a economia retraída, a ampliação de experiências de ensino e trabalho remotos, entre outras, durante a pandemia provocou um processo de transformação digital que certamente será intensificado nos próximos anos”, afirma o dirigente.
Segundo a pesquisa, o Brasil registra 424 milhões de dispositivos digitais – smartphones, tablets, notebooks e computadores – em uso atualmente, o que dá uma média de dois dispositivos por habitante. Mais da metade deles são celulares inteligentes, sendo 1,12 smartphone por pessoa. Nas empresas, o investimento em TI já atinge 8% das suas receitas.
Em relação ao uso de computadores, a pesquisa aponta que o número de unidades em utilização no País passou de 1 milhão para 190 milhões nos últimos 31 anos – apenas de 2000 a 2014, o número dobrou a cada quatro anos. Na relação computador por habitante, já são 9 equipamentos para cada 10 habitantes em 2020. Entre 2023 e 2024, essa proporção deve chegar a um aparelho por habitante.
“Esses dados demonstram que, mesmo com a economia retraída, a ampliação de experiências de ensino e trabalho remotos, entre outras, durante a pandemia provocou um processo de transformação digital que certamente será intensificado nos próximos anos”, afirma o dirigente.
Sindinfor vislumbra “mar” de oportunidades
Minas Gerais é um polo de inovação e tecnologia que tem potencial de ser ainda maior. E sim, sob o ponto de vista de mercado, os efeitos da pandemia também impactaram de maneira diversa o setor. “Empresas com o foco em nichos mais afetados pela quarentena como educação presencial, setor automotivo ou setor de turismo, por exemplo, sentiram mais. No entanto, aquelas com modelos SAAS e plataformas escaláveis ou segmentos que cresceram como saúde e e-commerce também tiveram muitas oportunidades”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Software e de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Sindinfor), Fábio Veras.
Segundo Veras, as empresas que oferecem soluções de produtividade e de transformação digital tiveram ótima performance. “A compreensão do peso do uso de tecnologia para aumento da eficiência de gestão, aumento de produtividade e entendimento do mercado/experiência do cliente gerou aumento de demanda. A pandemia antecipou e acelerou essa tendência, o que para o setor foi positivo, embora tenhamos outros problemas”, explica.
Todo o setor, que hoje é composto por mais de oito mil empresas mineiras, e o Sindinfor, trabalham para tornar e manter Minas Gerais como uma referência mundial em negócios digitais, a partir do desenvolvimento de políticas públicas, geração de conhecimento, apoio e fomento à inovação e ao empreendedorismo. “Nosso Estado é destaque nacional e internacional entre startups, empresas de base tecnológica, aceleradoras, fundos de investimento, dentre outros negócios concentrados nesse ecossistema, e sempre figura entre os primeiros estados nos rankings das principais associações nacionais. Temos conseguido assegurar um ambiente de negócios propício à inovação, dinâmico, competitivo globalmente e, principalmente, ético, no atual momento”, destaca Veras.
Legislação em transformação
O setor está animado, apesar de alguns desafios postos no regramento legislativo. Recentemente, as principais bandeiras levantadas pelas entidades representativas, entre elas o Sindinfor, têm sido a desoneração da folha de pagamentos, uma vez que o setor de TI é um dos que mais contratam no País. Uma proposta aprovada pelo Congresso previa que a desoneração seria prorrogada até o fim de 2021, mas o trecho foi vetado pelo presidente. As entidades representativas vêm atuando intensamente para reverter o veto.
Outra batalha, vencida recentemente, trata da criação da Agência Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD), fundamentada no escopo da legislação que trata da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A criação da autarquia aconteceu um dia depois do Senado aprovar a entrada em vigor da LGPD, no fim de agosto.
A Lei 13.709/2018, conhecida como LGPD, tem como mote principal garantir maior controle e segurança em relação à privacidade das pessoas nos meios digitais. A decisão regulatória tomou como base a lei europeia GDPR (General Data Protection Regulation), e traz consigo, além da segurança do indivíduo, garantias de mais transparência nas relações comerciais e melhores condições de competitividade global às empresas brasileiras.
A agência é essencial para que haja um equilíbrio entre proteção de dados pessoais e desenvolvimento da economia digital. Sem sua criação, não existem regulações nem orientações para guiarem todas as organizações brasileiras para que avancem em um pleno trabalho de conformidade com a LGPD.
Outra batalha, vencida recentemente, trata da criação da Agência Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD), fundamentada no escopo da legislação que trata da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A criação da autarquia aconteceu um dia depois do Senado aprovar a entrada em vigor da LGPD, no fim de agosto.
A Lei 13.709/2018, conhecida como LGPD, tem como mote principal garantir maior controle e segurança em relação à privacidade das pessoas nos meios digitais. A decisão regulatória tomou como base a lei europeia GDPR (General Data Protection Regulation), e traz consigo, além da segurança do indivíduo, garantias de mais transparência nas relações comerciais e melhores condições de competitividade global às empresas brasileiras.
A agência é essencial para que haja um equilíbrio entre proteção de dados pessoais e desenvolvimento da economia digital. Sem sua criação, não existem regulações nem orientações para guiarem todas as organizações brasileiras para que avancem em um pleno trabalho de conformidade com a LGPD.
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