Por Michelle Valverde | Diário do Comércio
De acordo com o diretor da Liasa, Fernando Patrus, na última semana, foi feita a inauguração do projeto de expansão da Liasa, que contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. As obras foram iniciadas há cerca de um ano e a previsão é concluir o projeto em 2024.
A Liasa trabalha com quatro fornos elétricos de redução, com capacidade para 72 mil toneladas por ano | Crédito: Liasa/Divulgação |
Ao todo, os investimentos giram em torno de R$ 360 milhões e a expectativa é que 1,6 mil empregos sejam gerados ao longo das intervenções na Liasa e em fornecedores. Espera-se também que, além do investimento, ocorra um impacto no valor agregado intersetorial estimado em mais de R$ 370 milhões.
“Já tem cerca de um ano que iniciamos as obras. Fizemos a parte de fundação, onde haverá a construção de três filtros de despoeiramento para a empresa ficar totalmente em dia com o meio ambiente. Também vamos reformar os fornos, que já estão com 15 anos a 20 anos. A expectativa de aumento de capacidade com reformas e melhoria que estamos implantando é de 15% na produção”, explicou.
Ainda segundo Patrus, a reforma também prevê o uso de tecnologias para a modernização do parque fabril. Constituída há mais de 50 anos, a Liasa, atualmente, opera quatro fornos elétricos de redução, com capacidade de produção de 72 mil toneladas ao ano de silício metálico.
“É um processo muito importante porque vamos fazer uma modernização da fábrica usando as melhores tecnologias disponíveis no mercado e também com vários desenvolvimentos internos. A Liasa é uma empresa muito inovadora no setor de metalurgia, com mais de 20 patentes registradas e estamos aplicando os conhecimentos obtidos em mais de 50 anos de fundação nesta reforma”.
Ainda segundo Patrus, a demanda pelo silício é crescente e o produto é utilizado em cinco grandes aplicações: para a produção de ligas de alumínio, silicones, painéis solares, semicondutores e refratários. Adicionalmente, o processo gera subprodutos como os finos de quartzo, carvão e cavaco que também são comercializados.
“Com o silício é possível produzir mais de 10 mil tipos de produtos, desde produtos de alumínio metálico até químicos, como silicones cirúrgicos, o utilizado para vedação, para a produção de tintas, borrachas, entre outros. O silício também está presentes nos chips de computadores e nas placas solares”, explicou.
Exportações
A maior parte da produção da Liasa, cerca de 85%, é destinada à exportação, atendendo mercados para silício grau químico e metalúrgico na Europa, Ásia, América do Norte e Oriente Médio.
“Abastecemos o mercado interno e o restante é exportado. Este ano, com a desvalorização do real frente ao dólar, fomos favorecidos com os embarques, o que foi importante para ampliar a competitividade, não somente da Liasa, mas de várias empresas que exportam”, disse Patrus.
“Abastecemos o mercado interno e o restante é exportado. Este ano, com a desvalorização do real frente ao dólar, fomos favorecidos com os embarques, o que foi importante para ampliar a competitividade, não somente da Liasa, mas de várias empresas que exportam”, disse Patrus.
Energia solar: R$ 650 mi em contratos
Com o objetivo de consumir uma energia mais limpa e de valor competitivo, a Liasa, pretende investir cerca de R$ 650 milhões na aquisição de energia gerada em usinas solares para abastecer o complexo no Norte de Minas. A ideia é comprar a energia através de contratos de longa duração, com cerca de 15 anos a 20 anos.
O investimento na aquisição de energia fotovoltaica também será necessário para atender à maior demanda com o projeto de expansão do parque fabril em Pirapora, que exigirá o aumento da matriz energética da Liasa em aproximadamente 70MW.
“Hoje há uma oferta nesse mercado de energia maior que a demanda e vamos aproveitar o momento para comprar uma energia limpa e a preços competitivos. Ainda estamos em fase de análise e estimamos que entre 15 e 20 anos, iremos gastar em torno de R$ 650 milhões”, explicou o diretor da Liasa, Fernando Patrus.
Expectativas
Em relação ao mercado, as expectativas são positivas. Com aplicação variada e utilizada em vários setores, a estimativa é que o consumo mundial de silício metálico cresça significativamente nos próximos anos e o investimento da Liasa, vai garantir competitividade para atender às oportunidades de negócios.
“As estimativas preveem uma recuperação rápida e em V da crise atual. No mundo, nos próximo quatro a cinco anos, a tendência é de demanda muito grande pelo silício metálico, crescendo algo em torno de 300 mil toneladas”.
“As estimativas preveem uma recuperação rápida e em V da crise atual. No mundo, nos próximo quatro a cinco anos, a tendência é de demanda muito grande pelo silício metálico, crescendo algo em torno de 300 mil toneladas”.
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