Pedro Duarte | Rio de Janeiro
O parlamentar quer que os aplicativos de entrega de alimentos (como o iFood, Uber Eats, e outros) só aceitem estabelecimentos que estejam devidamente regularizados e licenciados pela Coordenadoria de Licenciamento e pela Vigilância Sanitária. Em caso de não cumprimento da regra, viria multa de R$ 2.000.
Esse projeto é absurdo e vai prejudicar principalmente os pequenos empreendedores, que estão começando seus negócios, por vezes com pouco capital, sem cozinha industrial, e usando os aplicativos para mostrarem seus produtos e, enfim, crescerem.
Obrigar, por exemplo, que o pequeno negócio de quentinhas de uma comunidade ou que a firma especializada em revender e entregar galões lacrados de água estejam com os documentos 100% regularizados é desconhecer a existência de uma economia informal, mas não por isso menos digna e relevante.
Além disso, aos que venham a se questionar sobre o controle de qualidade, a melhor resposta é que os próprios aplicativos possuem ótimos instrumentos visando esse fim. Por meio das notas e comentários, os usuários podem livremente avaliar suas experiências e, automaticamente, os restaurantes são ranqueados. Por isso, existe até tendência dos usuários de escolherem restaurantes que já conheçam ou sejam bem avaliados.
A solução, portanto, não deveria ser a criação de mais burocracias e barreiras de entrada no mercado. A experiência comprova que a intervenção econômica do Estado quase sempre prejudica a produtividade e os arranjos espontâneos de uma economia de mercado que, ao fim, são fundamentais para gerar prosperidade. Se o objetivo é fomentar a formalização, o melhor caminho seria a redução da burocracia, das taxas e dos impostos para nossos empreendedores rapidamente crescerem.
Boné Preto |
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