Ação proporciona estudos sobre o comportamento dos felinos
Agência Minas
Há um ano, um grupo de pesquisadores, incluindo profissionais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), capturou, colocou um colar de monitoramento e depois soltou uma onça-pintada que vinha circulando pela região metropolitana de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Há um ano, um grupo de pesquisadores, incluindo profissionais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), capturou, colocou um colar de monitoramento e depois soltou uma onça-pintada que vinha circulando pela região metropolitana de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Pedro Nobre |
O objetivo era monitorar a rotina do animal. Por um ano, o colar rastreou todos os movimentos da onça-pintada via GPS. Conforme previsto, o equipamento, com abertura programada e automática, foi desativado neste mês de maio e, em seguida, recuperado pelo grupo de pesquisadores.
O colar foi recolhido nos limites da área ambiental em que o animal foi solto há exatamente um ano.
Objetivos
Os dados revelados pelo colar de monitoramento serão, agora, usados para pesquisas e ações que possibilitem o manejo adequado da população dessa espécie.
A diretora de Proteção à Fauna do IEF, Liliana Nappi, que participou das tratativas do processo de captura e soltura do animal, comemorou a localização do objeto. “Estamos felizes por saber que há indicativos suficientemente fortes de que a onça-pintada está viva e que esta história teve um desfecho de sucesso. O IEF forneceu apoio logístico aos pesquisadores durante o monitoramento do felino e seguirá acompanhando o animal por meio das pesquisas em andamento”, disse.
Conservação
O diretor geral do IEF, Antônio Malard, destacou que “o achado é um indicativo importante de que a translocação do animal foi um sucesso, revelando que a atuação do IEF em parceria com as demais instituições nessa missão foi positiva e de importantes resultados para a ciência e a sociedade, mas, sobretudo para a conservação da espécie”.
De acordo com Fernando Azevedo, professor da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ) que integra a equipe responsável pelo monitoramento do animal, há indícios capazes de confirmar que o colar encontrado pertencia, de fato, à onça-pintada capturada em Juiz de Fora.
Segundo o professor, somente o felino usava um colar com compartimento para GPS na cor branca. As outras três onças-pintadas catalogadas na região possuem o equipamento na cor preta. Além disso, o equipamento foi identificado a cerca de 7 quilômetros do local onde foi realizada a soltura em 2019, apontando para um território de uso do animal.
O dispositivo de monitoramento foi encontrado junto à carcaça de um tamanduá-mirim, provavelmente predado pela onça. “Pelos vestígios e manchas de sangue fresco da caça, foi possível estimar também que ela esteve no local se alimentando. São sinais de que o animal está caçando e estabeleceu território na área onde foi solto”, afirmou o professor.
A onça-pintada continuará sendo monitorada por meio de câmeras instaladas nos arredores do local de soltura, e também pelas equipes do IEF, que farão o acompanhamento a partir de pesquisas realizadas na região.
Manejo, captura e soltura
O primeiro registro da onça-pintada foi feito por um vigilante do Jardim Botânico de Juiz de Fora, no dia 25 de abri de 2019. A área faz divisa com uma unidade de conservação estadual administrada pelo IEF no município, a Área de Proteção Ambiental (APA) Mata do Krambeck.
Desde o avistamento do animal silvestre nos limites do município, uma cooperação interinstitucional foi estabelecida. Participaram do processo o IEF, por meio do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Juiz de Fora, e as entidades Campo de Instruções do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMAmb), Prefeitura de Juiz de Fora e a UFJF, gestora do Jardim Botânico.
Chinelo Branco |
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