Levantamento de OTEMPO mostra a queda de integrantes do MDB, DEM e PT enquanto NOVO, Podemos e PSL aumentaram suas fileiras
Por Pedro Augusto Figueiredo | O Tempo
Partidos tradicionais, como o MDB e o DEM, têm perdido filiados a nível nacional, enquanto o NOVO e siglas que foram repaginadas registram crescimento expressivo na comparação entre outubro de 2016, mês das últimas eleições municipais, e março de 2020, último mês com dados disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Partidos tradicionais, como o MDB e o DEM, têm perdido filiados a nível nacional, enquanto o NOVO e siglas que foram repaginadas registram crescimento expressivo na comparação entre outubro de 2016, mês das últimas eleições municipais, e março de 2020, último mês com dados disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Divulgação O Tempo |
O partido que mais perdeu filiados proporcionalmente foi o PCB: 13%. Em seguida, aparecem cinco grandes partidos que perderam entre 11,5% e 5,8% de seus membros: MDB (que tem ainda 2,1 milhões de filiados); Progressistas, antigo PP (1,2 milhões de filiados); DEM (973 mil filiados); PT (1,4 milhão de filiados); e PSDB (1,3 milhão de filiados).
Na outra direção, as legendas que mais cresceram foram o NOVO (446%), Patriota (325%), Podemos (124%) e PSL (52%).
O NOVO partiu de um número relativamente baixo de filiados. Em 2016, eram 8.800 membros. Quatro anos depois, são 48 mil. “O Novo é a primeira legenda a que praticamente todos os seus membros foram filiados”, afirma o presidente estadual do partido em Minas, Ronnye Antunes. “Se a pessoa nunca havia se filiado a nenhum partido e escolheu o Novo, a conclusão é que foi por causa da nossa ideologia, da defesa do liberalismo e do livre mercado, que é muito clara”, disse.
Ele ressalta que, por não usar o Fundo Partidário, a sigla depende de uma contribuição mensal de R$ 30 de seus filiados para sobreviver. Com a crise econômica desencadeada pela pandemia do novo coronavírus, Antunes afirma que a taxa de desfiliação em Minas Gerais foi quatro vezes maior do que a taxa de filiação em março.
O Patriota, segundo partido que mais cresceu percentualmente no período, chamava-se Partido Ecológico Nacional (PEN) até junho de 2018. O presidente do partido em Minas Gerais, Hércules de Sá, atribui o crescimento das fileiras do partido à incorporação do Partido Republicano Progressista (PRP).
Nas eleições de 2018, foi instituída a cláusula de desempenho. Siglas que não alcançassem um número mínimo de votos ou parlamentares eleitos deixariam de ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
A legislação eleitoral permite que as legendas que não superem a cláusula de desempenho se fundam ou sejam incorporadas por outras.
“Foi o que aconteceu com o Patriota. Nós incorporamos o PRP. Automaticamente, todos os filiados do então PRP passaram para a ser automaticamente filiados ao Patriota. O grosso do aumento do número de filiados veio dessa incorporação”, explica Hércules de Sá. O Patriota passou de 72 mil filiados, em 2016, para 309 mil em março deste ano.
O Podemos, terceiro partido que mais cresceu percentualmente, também incorporou outra sigla que não superou a cláusula de barreira: o PHS. Em 2016 o Podemos tinha 161 mil filiados; agora, são 362 mil. O partido mudou de nome em 2016. Antes disso, o nome da agremiação era Partido Trabalhista Nacional (PTN).
Para o presidente do diretório estadual do partido em Minas Gerais, o deputado federal Igor Timo, o crescimento está ligado à defesa de bandeiras populares como o combate à corrupção e o fim de regalias.
“O Podemos tem se tornado hoje, na minha opinião, o partido mais alinhado com a vontade popular”, disse Timo. Outro fator mencionado por ele é o espaço para o contraditório dentro da legenda. “Nós tivemos no ano passado o vice-líder do Governo (o deputado mato-grossense, José Medeiros) e o vice-líder da Minoria (o deputado baiano, Bacelar)”, completa.
PSL mantém número de filiados mesmo após saída de Bolsonaro
O PSL foi o quarto partido que mais cresceu em número de filiados, registrando aumento de 52% em suas fileiras desde as eleições municipais de 2016.
Após Jair Bolsonaro, então no PSL, vencer a eleição para a presidência da República, o partido registrou a filiação de cerca de 100 mil membros nos meses seguintes. Porém, em novembro de 2019, o presidente anunciou que estava deixando o PSL para criar um novo partido.
A saída de Bolsonaro não significou uma diminuição relevante no número de membros do PSL: entre o anúncio do presidente em novembro de 2019 e março de 2020, o partido perdeu cerca de 4 mil filiados, número baixo diante dos atuais 344 mil membros do PSL.
O sistema do TSE informa apenas o número total de filiados em determinado momento. Não é possível ver o número de novas filiações e desfiliações.
“Em momento nenhum nós deixamos de apoiar o governo ou o presidente Jair Bolsonaro. Pelo contrário: continuamos apoiando nas pautas em comum que nós defendemos na campanha de 2018”, afirma o presidente do PSL em Minas, o deputado federal Charlles Evangelista.
“Nós somos o partido de direita referência no país. A pessoa diz ‘vamos entrar em um partido de direita’, nós temos o PSL. Acho que a população vem reconhecendo isso”, diz Evangelista.
Segundo ele, o número de filiados deve registrar alta em abril pois o partido realizou um grande número de novas filiações. “São pessoas com mandato, que têm perfil de direita e defendem as mesmas pautas. No caso de Minas Gerais, são pessoas que buscamos nos rincões do Estado”, completa.
Caneca |
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