O ataque de Ciro Gomes e de dirigentes partidários ao RenovaBR, chamando de clandestina uma das iniciativas mais inovadoras e bem-sucedidas na política brasileira recente, foi oportunista e grosseiro.
Marcelo Trindade
Mas é uma reação esperada de estruturas e políticos tradicionais contra a inovação na política. Já a suspensão de deputados ditos rebeldes por seus partidos deixa lições importantes.
Marcelo Trindade | Reprodução |
A primeira é para os jovens, quando forem escolher as siglas pelas quais pretendem militar. Não há partido perfeito, nem algum com o qual se possa concordar inteiramente e por todo o tempo. Partidos têm dirigentes, que tomam decisões políticas das quais se pode discordar. Mas é desejável um alinhamento mínimo nos temas mais relevantes e naqueles em que o debate público é inevitável. Isso tende a reduzir a chance de frustrações.
A segunda lição é para os partidos. Preocupa-me que partidos sejam vistos, ou se vejam, como seitas. Isso é disseminado, pois a possibilidade de expulsão está em todos os estatutos. Quando partidos fecham questão, a porca torce o rabo.
Imaginem se alguém do partido ao qual sou filiado, o NOVO, tivesse votado contra a reforma da previdência. O barulho na nossa base teria sido igual ao do PDT contra a Tábata ou o do PSB contra o Rigoni (menos pelo ataque ao RenovaBR, espero).
Pessoalmente, votar contra a previdência me parece um absurdo, mas votar a favor é que pode parecer absurdo para outros. A reforma da previdência é um tema central, mas a posição do partido e da maioria de seus filiados não deveria impedir visões individuais diferentes.
Como liberal, acredito que se a divergência for reiterada, o “mercado” resolverá o problema: o desencontro permanente fará com que o dissidente procure outra agremiação.
Eu sei que tolerância não está exatamente na moda, mas é preciso refletir sobre esse episódio com um olhar no futuro. Parafraseando a campanha do trânsito da minha juventude: “Não faça do seu partido uma arma: a vítima pode ser você”.
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