Em entrevista ao G1, ele disse ainda não ter previsão sobre 13º. “Com toda certeza, isso não vai ser pago tão cedo”, afirmou.
Por Raquel Freitas | G1 Minas — Belo Horizonte
Romeu Zema (Novo) disse em entrevista ao G1, nesta quarta-feira (2), que não vai morar no Palácio das Mangabeiras, localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele afirmou que, dentro de cerca de duas semanas, vai se mudar para uma casa alugada perto da Lagoa da Pampulha.
Zema diz que vai morar em casa alugada e não no Palácio das Mangabeiras | Reprodução |
“Inclusive fica bem próximo do Centro Administrativo. Foi muito visando essa facilidade de transporte para o trabalho que eu aluguei essa casa. (...) E é uma casa que eu estou pagando o aluguel, eu estou mobiliando e que não vai ter custos para os cofres públicos”, afirmou.
No primeiro dia após a posse, Zema destacou que o principal desafio que terá nos próximos quatro anos será colocar em dia pagamentos, como o do funcionalismo público que vem recebendo de forma escalonada desde 2016 por causa da crise financeira pela qual passa o estado.
“Eu lamento muito o funcionalismo de Minas estar recebendo atrasado, lamento mais ainda as prefeituras estarem já há meses sem receber, muitas delas, as menores, as mais pobres, já estão com salário atrasado de seus funcionários há meses”, disse.
Décimo terceiro
Em relação ao décimo terceiro, o novo governador ainda não tem previsão de data para o pagamento do benefício. A declaração também foi feita em entrevista ao Bom Dia Minas. Segundo Zema, a partir desta terça-feira, sua equipe começará a ter acesso às informações financeiras do estado.
“Mas, com toda certeza, isso [décimo terceiro] não vai ser pago tão cedo porque, se fosse fácil, já teria sido pago. (...) Assim que nós levantarmos os dados, nós vamos fazer uma previsão porque a última coisa que eu quero é deixar as pessoas ignorando como está a situação. Nesse ponto, nós vamos ser muito transparentes. Se tivermos de falar que o décimo terceiro não tem condição de ser pago, nós vamos falar. Nós vamos ser realistas”, declarou.
Zema acredita que, entre 15 e 20 dias, será possível informar aos servidores sobre a situação do pagamento do benefício, assim como aos prefeitos sobre um cronograma de recebimento de repasses em atraso.
“Mas eu lembro que, hoje, o estado está falido e para você pagar alguém, você deixa de pagar outro alguém”, ponderou.
Doação de salário
Durante a campanha, o governador firmou o compromisso de não receber salário enquanto não colocar o pagamento dos servidores em dia, assinando, inclusive, um termo em cartório. Um dia após ser eleito, ele também afirmou ao MG1 que governaria com uma equipe praticamente de voluntários.
Entretanto, o governador disse que não poderá, de fato, cumprir esta promessa de abrir mão do recebimento do salário, já que o não pagamento seria vetado por questões legais. O dinheiro, segundo ele, será doado.
“Nós assumimos esse compromisso, mas fomos informados – é questão de uma, duas semanas – que, por questões legais, o estado não pode suspender o pagamento de quem trabalha ao estado. Então, esses secretários não vão poder ter essa situação. Inclusive, o meu caso. Eu sou obrigado a ter esse valor creditado na minha conta, mas eu já fiz a opção que, mensalmente, eu estarei doando o valor para alguma instituição de caridade”, afirmou.
Ele disse, entretanto, que os secretários haviam assumido o compromisso de ficar com salário suspenso e não o de doá-lo. “Então, isso vai depender de cada um”, ponderou.
Critérios conservadores
Durante a cerimônia que marcou a abertura da gestão do novo governo Zema afirmou que vai “adotar os critérios mais conservadores possíveis” e que, na dúvida, vai provisionar.
Segundo ele, ao falar em conservadorismo, quis dizer não vai considerar o improvável como algo que vai acontecer. Como exemplo, citou que não vai contar com valores que seriam pagos por inadimplentes.
“O que eu quero dizer é o seguinte. Muitas vezes, a situação do governo se agrava porque o governo fica, de certa maneira, maquiando números. Nós temos de considerar o seguinte. Quem pagou o imposto em dia. O recurso entrou, é do estado. Nós não podemos ficar contando com o recurso de quem não pagou impostos em dia como se esse recurso fosse entrar o mês que vem porque nada garante. E muitos governos ficam considerando que aquele inadimplente vai ser um pagador do mês que vem ou do ano que vem. Isso não acontece”, explicou.
Fusão de pastas e segundo escalão
Durante a campanha, Zema afirmou, por diversas vezes, que reduziria o número de secretarias para nove. Entretanto, segundo o novo governador, serão onze pastas em seu governo. A nomeação do secretariado foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial de Minas Gerais.
Onze secretários de estado e o vice-governador, Paulo Brant (Novo), vão ficar responsáveis 21 secretarias, mas, segundo Zema, algumas serão fundidas. Um exemplo é o caso das secretarias de estado de Administração Prisional e de Segurança Púbica.
Já o segundo escalão, de acordo com o governador, vai começar a ser composto a partir desta terça-feira. “Talvez até algum dos secretários já comece a anunciar algum nome porque vai caber a cada um deles formar o seu time. Todos eles vão ter total autonomia para poder montar a sua equipe”, disse.
Zema também comentou sobre as exonerações publicadas no Diário Oficial e disse que há possibilidade de parte dos funcionários ser reconduzida ao cargo.
“Cada secretário vai estar analisando, junto com as chefias das suas respectivas áreas, aqueles que realmente estavam desempenhando função porque, muitas vezes, esses cargos eram cargos de mera indicação política e a pessoa, praticamente, não tinha o que fazer. Então, vão estar sendo analisadas essas exceções e aqueles que realmente desempenhavam uma função necessária estarão sendo recontratados”, explicou.
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